sábado, 9 de maio de 2015

Candomblé

                                                               Candomblé não é macumba não!

Candomblé, afinal o que é?

Desde o século XVI milhões de negros vindos da África chegaram à costa brasileira, são de diversas etnias, que, mesmo considerada a diversidade cultural, comungam do fato de terem perdido as referências territoriais e comunitárias.
Restavam-lhes apenas os valores e princípios que demarcavam sua visão de mundo.
Esse grupo utiliza as mais diversas formas e táticas de sobrevivência.
Importante que se diga, que não se tratava apenas de uma sobrevivência espiritual, mas principalmente do corpo, de uma forma de viver.
Diante da adversidade da escravidão, era preciso recompor as referências perdidas. A religiosidade se prefigurou como um dos caminhos possíveis nessa empreitada, e o Candomblé, dentre outras manifestações religiosas se singularizou na manutenção de valores e princípios negros na diáspora. O Candomblé em sua expressão de maior magnitude, a comunidade-terreiro, permitiu a recriação de laços comunitários e territoriais aniquilados com a escravidão.
Mas afinal o que é Candomblé?
Em primeiro lugar se faz necessário pensar que se trata de uma poderosa síntese que se processou em território brasileiro, sendo assim resultado de um longo e doloroso processo histórico, no qual os negros escravizados e, posteriormente os libertos, tecem laços comunitários e territoriais, consideradas as diversidades adversidades. O negro se moveu, resistiu, se comunicou entre os fios da rede da repressão.
Entender essa tensa rede de acordos e enfrentamentos, de avanços e retrocessos, de disputas e acertos internos é o longo caminho para se compreender o que é o Candomblé. Nesse sentido, se lança mão aqui de uma metáfora para se tentar chegar a um primeiro entendimento do que seja candomblé, ou pelo menos uma de suas traduções possíveis:
Imagine que uma pessoa viaja até a África e que lá chegando conhece um determinado prato da culinária local, interessando-se pelo referido prato, solicita a receita e descobre que alguns dos ingredientes não existem no Brasil, e, mesmo assim, consegue os ingredientes e volta ao Brasil, onde resolve reproduzir o prato, mas se propõe a algo mais, ou seja, resolve inventar um novo prato, que embora contenha ingredientes africanos não lembra nenhum prato conhecido na África.
Portanto é um prato brasileiro. Assim é o Candomblé, pois mesmo considerados os elementos simbólicos e religiosos africanos (ingredientes) é resultado do processo histórico na diáspora, é síntese da inventividade dos partícipes. As palavras inventividade e recriação são fundamentais à compreensão do papel do negro escravizado ou liberto na diáspora.
O Candomblé agrega territorialmente elementos que no território africano eram dispersos e objeto de cultos locais e até isolados. Muniz Sodré nesse sentido afirma:
Do lado dos ex-excravos, o terreiro de (de candomblé) afigura-se como a forma social negro-brasileira por excelência, por que além da diversidade existencial e cultural que engendra, é um lugar originário de força ou potência social para uma etnia que experimenta a cidadania em condições desiguais. Através do terreiro e de sua originalidade diante do espaço europeu, obtêm-se traços de fortes subjetividade histórica das classes subalternas no Brasil (SODRÉ.1988,p.18)
Retomando o conceito de comunidade-terreiro, percebe-se que a mesma implica além da junção de elementos dispersos e distantes, uma nova concepção de comunidade, que agrega vivos e mortos, implica em uma relação de troca entre os vivos e os ancestrais, entre deuses e seres humanos, implica ainda em uma visão de ser humano que negocia com os deuses e ancestrais uma boa vida na terra, uma vida alegre, criativa e em constante movimento, pois para o Candomblé nada é estático, tudo é movimento, tudo é troca constante.
A idéia de movimento remete a um dos elementos mais importantes do Candomblé, que a figura de Exu, senhor do movimento sem fim, é responsável pela existência dinâmica da realidade, tudo muda, seres humanos, árvores, pedras, todos são parceiros em uma relação que é dada pela dimensão de um jogo cósmico. As possibilidades vão sendo construídas e destruídas o tempo todo. O segredo da regra do jogo encontra-se na palavra acerto, ou seja, acertar um ponto, fechar um acordo, alterar uma situação, enfim simular e dissimular a realidade. Uma grande figura do Candomblé, o professor Agenor Miranda da Rocha , dizia com propriedade: Candomblé é um sistema cuja base é Exu.
Assim sendo, na impossibilidade de um ponto fixo de referência, e de uma conversão à uma verdade eterna e imutável, como caminha a civilização ocidental
desde Platão, o Candomblé acena sempre com a possibilidade de se mudar o mundo e o destino. Busca-se enganar a morte, nem que seja por uma vez. O candomblé não se prefigura como um espaço de conversão à uma única verdade. Pertencer a uma comunidade-terreiro não exige o pressuposto da adesão a verdade, basta estar ali. Em uma festa ou cerimônia pública não se pergunta se a pessoa acredita ou não na divindade presente, ou nos princípios ali vigentes.
Os deuses existem independentemente da fé. Deve se entender Candomblé como um espaço de enfrentamento do projeto universalista da civilização ocidental. Na comunidade-terreiro o homem é capaz de estabelecer uma relação de troca sem que sobre um resto a ser apropriado economicamente e em favor de algum grupo
dominante .
A comunidade-terreiro recria a referência territorial-comunitária perdida em razão da escravidão. Os negros e seus descendentes reconstituem possibilidades de enfrentar o mundo que lhes é hostil e adverso.
Candomblé e Modernidade – considerações finais
O Candomblé, embora não se possa dizer que esteja fora da modernidade, implica em pontos de enfrentamento a esse projeto de ocidentalização do mundo pela lógica do mercado. Alguns aspectos da comunidade-terreiro apontam na direção de negar a modernidade. Entre esses pontos podem ser destacados: a relação com o corpo, que deixa de ser uma mercadoria, a impossibilidade da reprodução ad infinitum dos bens, a relação com o tempo e com o espaço.
A crença na palavra do pai fundador que se traduz no culto à ancestralidade, o reforço do sentido coletivo do agir humano que se choca frontalmente com o individualismo moderno; a crença no movimento constante da vida e dos homens, a crença na palavra e a desnecessidade de contratos escritos para garantir o cumprimento de um acordo e finalmente a negação de um dos sentidos da existência, a noção de axé. Para os adeptos do Candomblé a vida é um ato de alegria que se perpetua entre os parceiros do cósmico. Mas viver o hoje não implica uma visão pós-moderna de vida, um imediatismo infrutífero, mas sim, uma relação de ética comunitária, a felicidade de um deve estar imbricada com a felicidade de todos. Afinal isto é Candomblé.

OBS: TENHO REVISTO OS POSTERS DO BLOGGER E PERCEBI NÃO TER COLOCADO A FONTE NESTE TEXTO. DEIXANDO CLARO QUE NÃO LEMBRO DE ONDE O TIREI E COLOQUEI AQUI PARA COMPARTILHAR COM VOCÊS. EU NÃO SOU A AUTORA.

Poema sobre preconceito

Sabemos, todos, que hoje em dia, alguns negros ainda não tomaram sua total posse de orgulho de tal cor de pele.
Mas, você acha que os negros virão a lutar no futuro pelo fim do preconceito? Tudo bem que algumas pessoas lutam no presente. Mas sabemos que, de fato, o preconceito ainda existe!
Não só o racismo com a pele, mas o preconceito com a religião, aparência, profissão etc. ainda existe sim, e muito mais do limite!
"O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se - basta a simples reflexão." Disse o grande Machado De Assis. 
Pra trazer um lado poético resolvi colocar aqui esse poema de Célia De Lima, chamado "A cor do Sentido":

A COR DO SENTIDO
As almas têm a cor do seu sentido:
o que se dá à vida, o que se pede.
A vida tem a flor do meu sorriso...
mais linda, quanto mais à flor da pele.
Sou negro, sou índio, e branco também.
Sou força e vida na Luz que me vem.
Sou ave e canto, suave e febril.
Sou riso e pranto no chão do Brasil.
E aonde quer que eu vá, eu vou inteiro:
o corpo em pele, alma e emoção.
sou negro, índio, branco... brasileiro.
Sou prisioneiro só do coração.
(Célia de Lima)

Acredito eu, que temos que lutar por nossos direitos, assim como temos que lutar contra o racismo. Devemos ter voz, ir até à justiça se preciso for!
Existem leis e não podemos permitir!
Espero que me compreendam.
FONTE:
Autora:Lara Maisa
Autora do poema: Célia de Lima
Blogger: Negros do passado e do futuro
Assunto: Preconceito
Data: 09/05/2015

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Quem somos nós? De onde viemos?

                                     Quem somos nós? De onde viemos? 
    

       Segundo uma lenda Ketu no inicio de tudo havia um lugar infinito chamado orum,  e nesse lugar vivia um Deus supremo chamado “Olorum”, até que um dia Olorum criou uma massa d’água  imensa  em que ali nascia Oxalá o primeiro orixá, o único capaz de dá vida as coisas sem vida.
       Olorum pediu para Oxalá que criasse o AYÊ (o mundo) mais Oxalá não tinha feito as oferendas necessárias para a viajem e teve problemas com o caminho, e quem acabou construindo o mundo foi Odudua sua porção feminina então para consolar Oxalá o Deus supremo deu-lhe outra missão criar os seres que habitariam o  AYÊ e assim Oxalá usou a água branca e a lama marrom para criar peixes azuis,arvores verdes e homens de todas as cores.
       E foram esses homens que mais tarde criariam formas de adorar e representar deuses como Oxalá,Odudua, Olorum entre outros.
     Essas religiões tem origem africanas mais se formaram do outro lado do atlântico o Brasil.
     Milhões e Milhões de Africanos foram forçados a cruzar o oceano e partir para uma nova vida chamada popularmente de “Novo mundo”.
        Esses africanos vinham sempre nos chamados navios negreiros.O trafico de escravos distribuíam  africanos dos mais diferentes grupos étnicos para diferentes países das Américas,inclusive o Brasil.
      Linguas,culturas e crianças espalhadas pela terra um fenômeno que passou a ser conhecido como diáspora africana.

     



Representação dos negros dos navios negreiros.

fonte:Adaptado por Lara Maisa do documentario MOJUBÁ
              Data:10-06-2013

sábado, 6 de abril de 2013

Em busca de liberdade

Assim como os povos indígenas,os africanos e seus descendentes no Brasil não aceitaram passivamente a escravidão.Uma das maiores formas de resistência á escravidão nestas terras foi a fuga e a formação de quilombos. Os quilombos eram povoações formadas por escravos,africanos e seus descendentes, os quais haviam fugido  dos proprietários. Indígenas e pessoas livres também podiam se estabelecer nos quilombos.Geralmente ,os locais escolhidos para a formação do quilombo eram de difícil acesso, para dificultar a captura de fugitivos.Em diversas comunidades quilombolas, os moradores desenvolveram a agricultura e o comércio,construíram casas,ruas,capelas,estábulos,fundições e oficinas.

fonte:negros do passado e do futuro

escritora:Lara Maisa

blogger:Negros Do Passado e Do Futuro

data:06/04/2013

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Pelo o que eu aprendi

Pelo o que eu aprendi na escola sobre a culinária africana e sobre algumas comidas do brasil que vieram de lá, os africanos muito antigamente vieram ao brasil e saíram deixando os seus costumes para nós, os brasileiros. Não só alguns costumes, mais também deixaram algumas comidas tipicas da culinária africana. Como o ACARAJÉ,VATAPÁ,CARURU,ETC. Essas comidas e outras, foram se espalhando na Bahia de Todos Os Santos e hoje correm no brasil inteirinho.

Fique esperto!!!

by.Negros do Passado e Do Futuro
autora: Lara Maisa

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

palavras em africano

PALAVRAS EM AFRICANO:

1) Babá ------ Báaba
2)caçula------kasule
3)camundongo------kamindongo
4)cochilar-------kushila
5)quitute------kilute
6)moleque------muleke
7)sunga------suanga
8)xingar-------kusinga
9)quindim-------nedengue
10)dengo--------kintiti



sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Escravidão

A escravatura, também nomeada de escravidão, esclavagismo ou escravagismo no Brasil, é a prática social em que um ser humano tem direitos de propriedade sobre outro designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força. Desde os tempos mais remotos, o escravo é legalmente definido como uma mercadoria cujo dono ou comerciante pode comprar, vender, dar ou trocar por uma dívida, sem que o escravo possa exercer qualquer direito e objeção pessoal ou legal. A escravidão da era moderna está baseada num forte preconceito racial, segundo o qual o grupo étnico ao qual pertence o comerciante é considerado superior.
Há diversas ocorrências de escravatura sob diferentes formas ao longo da história, praticada por civilizações distintas. No geral, a forma mais primária de escravatura se deu à medida que povos com interesses divergentes guerrearam, resultando em prisioneiros de guerra. Apesar de na Antigüidade ter havido comércio escravagista, não era necessariamente esse o fim reservado a esse tipo de espólio de guerra. Ademais, algumas culturas com um forte senso patriarcal reservavam à mulher uma hirerarquia social semelhante ao do escravo, negando-lhe direitos básicos que constituiriam a noção de cidadão.
A escravidão era uma situação aceita e logo tornou-se essencial para a economia e para a sociedade de todas as civilizações antigas, embora fosse um tipo de organização muito pouco produtivo. A Mesopotâmia, a Índia, a China e os antigos egípcios e hebreus utilizaram escravos. Nas civilizações pré-colombianas (asteca, inca e maia) os escravos eram empregados na agricultura e no exército. Para os gregos, tanto as mulheres como os escravos não possuiam direito de voto. Entre os incas, os escravos recebiam uma propriedade rural, na qual plantava para o sustento de sua família, reservando ao imperador uma parcela maior da produção em relação aos cidadãos livres. Muitos dos soldados do antigo império romano eram ex-escravos.
O comércio de escravos passou a ter rotas intercontinentaís, no momento em que os europeus começaram a colonizar os outros continentes, no século XVI e, por exemplo, no caso das Américas, em que os povos locais não se deixaram subjugar, foi necessário importar mão-de-obra, principalmente de África.
Nessa altura, muitos reinos africanos e árabes passaram a capturar escravos para vender aos europeus.
Com surgimento do ideal liberal e da ciência econômica na Europa, a escravatura passou a ser considerada pouco produtiva e moralmente incorreta deu lugar ao surgimento do abolicionismo, em meados do século XIX.
A escravidão é pouco produtiva porque como o escravo não tem propriedade sobre sua própria produção, ele não é estimulado a produzir já que não irá resultar em um incremento no bem-estar material dele mesmo.
Fonte: pt.wikipedia.org